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Especial Dia do Médico: presidente da COOTES fala sobre os desafios da profissão 18/10/2018

Especial Dia do Médico: presidente da COOTES fala sobre os desafios da profissão

No dia 18 de outubro, Dia do Médico, celebramos os profissionais da medicina e refletimos sobre a importância dessa profissão que tem como missão cuidar da vida das pessoas. Em virtude da data, a COOTES traz uma entrevista com o seu presidente, Tercelino Hautequestt Neto, especialista em trauma ortopédico e trauma de alta energia e coordenador do serviço de ortopedia do Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE). Na conversa, Tercelino falou sobre alguns dos desafios de ser médico e deixou um recado especial em comemoração a esse dia tão importante.

Quais são as dificuldades para a formação médica atualmente?

Temos diversas dificuldades ao longo da formação. A primeira é ingressar no curso. Passar no Enem ou em outros vestibulares é um grande desafio, pois embora o número de vagas tenha aumentado nos últimos anos, o percentual de estudantes que busca os cursos de medicina cresceu significativamente. Há também a dificuldade de arcar com os custos de uma faculdade de medicina, cujas mensalidades estão cada vez mais onerosas.

E quanto aos profissionais de medicina, quais são os principais desafios enfrentados por eles no Brasil?

Um dos grandes desafios é o mercado de trabalho, que apesar de exigente, não remunera de forma satisfatória. Isso faz com que muitos médicos atuem em mais de um local, a fim de complementar a renda. Assim, vivemos uma realidade cada vez mais competitiva, em que a procura é menor que a oferta, e sempre há um profissional que aceita trabalhar por menos. Tudo isso afeta também a qualidade do serviço prestado. É preciso que tenhamos tempo e recursos para as atualizações necessárias, como participar de congressos, cursos de capacitação e assim continuar nossa evolução profissional. Outro grande desafio para nós, médicos, é o sacrifício que a profissão exige. É preciso trabalhar muito, abrir mão do tempo com a família, e esperar que ela entenda essa ausência.

Como os médicos devem lidar com esse lado pessoal de suas vidas?

Acredito que é preciso ter uma família unida, compreensiva, disposta a lutar junto com você, e não contra você. No meu caso, minha profissão não é vista como uma vilã pela minha família. Tenho três filhos, uma menina de 19 anos, que já está cursando medicina, e dois meninos, um de onze e outro de nove anos. Os dois já dizem que também querem ser médicos. Eles não veem a medicina como algo problemático, querem seguir o mesmo caminho do pai.

E com todas as dificuldades relacionadas à saúde pública, vale a pena ser médico atualmente?

Apesar de tudo, vale. Mas a medicina é uma carreira que deve ser seguida por quem tem prazer e amor em ajudar as pessoas. Não adianta buscar essa profissão apenas por gostar, é preciso amar e ser feliz praticando o bem.

Ser médico é?

É ter amor ao próximo.

Qual recado você deixa para os leitores no Dia do Médico?

Valorize seu médico e entenda que do outro lado da mesa não há só um profissional de jaleco, mas um ser humano. Alguém que também sente dor, fica doente, tem contas a pagar, preocupações com a família e os filhos, os mesmos problemas de todo mundo. O médico é uma pessoa que decidiu se dedicar a cuidar do próximo, e é um ser humano com qualidades e falhas, como você.

 

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